26 de dezembro de 2005

História do Instituto de Odivelas e a sua associação



Em 1898, um grupo de oficiais, preocupados com o destino e o futuro das órfãs de oficiais mortos no Ultramar, decide juntar-se, quotizar-se e criar em Portugal uma instituição idêntica ao Collège de la Légion d'Honneur, fundada por Napoleão Bonaparte, para acolher e educar as órfãs de oficiais. Tinha nascido a primeira grande obra de solidariedade das Forças Armadas Portuguesas.

No ano seguinte, a 9 de Março, o rei D. Carlos assinou o decreto de aprovação do estatuto do Instituto Infante D. Afonso. A 14 de Janeiro de 1900, o Instituto é inaugurado solenemente com dezassete alunas. À inauguração assistiu a familia real que assinou o auto de inauguração. As aulas começam de imediato.

A instrução oficial feminina estava nessa época muito descorada em Portugal, limitando-se ao ensino primário.
A administração do Instituto decidiu porém que o ensino secundário ali fosse igualmente ministrado; assim, as alunas, completada a instrução primária, transitavam para o ensino secundário, com a duração de três anos, seguindo-se o método e os livros adoptados no país. Além das disciplinas obrigatórias do ensino secundário oficial, as alunas tinham também educação religiosa e moral assim como aulas de ensino doméstico, considerado indispensável a uma completa educação feminina.
Também muito importante para as alunas foi a decisão de implantarem o ensino profissional para que as educandas saíssem do instituto aptas a desempenhar uma profissão.

Em 1904, um decreto real equipara o Instituto Infante D.Afonso ao Real Colégio Militar, passando também a receber filhas de oficiais ainda vivos, mediante o pagamento duma mensalidade variável consoante a patente.
Em 1919, por iniciativa do então director do instituto, Coronel Ferreira de Simas, foi criada a Associação das Antigas Alunas, a qual fez parte da sua importante obra social. A associação é uma instituição de cariz humanitário, tendo por fim realizar a assistência material e moral às antigas alunas (A.A.). As preocupações principais do fundador eram as que todas as A.A. fossem sócias, que se criasse um lar para as A.A. e que se organizassem reuniões de confratenização. O lar era uma instituição essencial para que as A.A. tivessem onde se instalar, sobretudo as da provincia, quando necessitassem de se empregar na capital.

Ao principio, a actividade da associação limitava-se à cobrança de quotas e alguns auxílios, como pequenos subsídios ou empréstimos. Foi somente no início dos anos setenta que a associação voltou a ser reactivada, com a primeira intenção de se organizar e fortalecer para depois criar um lar. Inesperadamente, porém surgiu a oportunidade de se alugar, em Odivelas, um palacete, um antigo pavilhão de caça do início do século XIX, situado na Rua Alexandre Braga, onde desde então tem funcionado a sede e onde se instalou a Nossa Casa, graças a subsídios diversos : são três pisos com amplas divisões, algumas delas bastante valorizadas pelas suas decorações nos tectos e nas pareddes e um parque arborizado.

Depois de verificadas as condições existentes para um lar da 3ª idade pelos Serviços Sociais das Forças Armadas, foi concedido à Associação um subsídio mensal que possibilitou a abertura do Lar, a 29 de Março de 1971.

Como não se pode manter muinto pessoal remunerado, muito do serviço da secretaria, da Associação e do Lar è assegurado por A.A. em regime de voluntariado. Esta obra social tem características muito especiais, tornando a Nossa Casa diferente dos outros lares: aqui somos uma familia com um passado comum e muitas recordações. Qualquer problema que surja, é resolvido em ambiente familiar em que se conta, sempre e acima de tudo, com a amizade, a compreensão e a ajuda de todas.
A nossa postura nas várias vertentes de acção trouxe à nossa Associação uma projecção muito valiosa e firme entre os múltiplos membros e vereadores da autarquia e da Junta de Freguesia de Odivelas.

A associação tem uma forte vertente cultural, organizando diversos acontecimentos de índole cultural, como exposições de arte, leituras, conferências e visitas de estudo a lugares históricos e museus. As residentes da Nossa Casa são sempre convidadas e incentivadas a participar.

in Associação das Antigas Alunas do Instituto de Odivelas (A.A.A.I.O.)
http://www.aaaio.pt/