25 de março de 2006

Uma lágrima de saudade


"Bem Sofia pediste-me para fazer um post! Pois bem: aqui estou, com o mais puro reflexo de sinceridade, amizade e sobretudo, saudade.
Pois é Sofia, para mim passaram (a mim pareceram-me) décadas, mesmo milénios distante de vocês: as minhas grandes amigas, as minhas grandes irmãs!
Tantas vezes durante a noite chorei saudades embrulhadas no tempo…esse que nos distanciou…
Não calculas quantas vezes tentei visitar-vos…mas digamos que em linguagem corrente “levei alta tábua”…mas felizmente, há uns tempos tu e a Ana Maísa contaram-me do aniversário do I.O...
Confesso que quase tive para não ir: primeiro porque não tinha transporte para lá e depois porque tinha medo, receio de que depois de tantos anos passados entrasse por aquelas portas que tanto me proporcionaram bons momentos, como maus momentos…Mas isso é como tudo na vida…
Não o nego: durante anos e anos morri de saudades vossas, esperei por um sinal vosso e ele chegou passados 3 anos, escrito pela Ana Maísa, que me perguntava se eu sabia quem ela era e se me lembrava de vocês: é óbvio que sim…o tempo separa-nos mas não se esquece o que para nós é verdadeiramente essencial.
Sonhei com o dia em que entrava nessas portinhas do nosso tão adorado I.O. mas acobardei-me…acobardei-me pelo passado, pelo presente e até mesmo pelo futuro.
E então chegou o dia – o grande dia – avançava para a entrada e entre cada passada minha era irradiado nervosismo. Esperei! Olhei para todo o colégio…dizendo para mim e para os meus botões “Não vais chorar Ana” mas essa deixa era tão eficaz como que o pai Natal existe; e há medida que me aproximava travava uma luta interior: seria raiva, a alegria, tristeza?
Não sabia bem…mas o meu coração batia descompassadamente, como se eu duplamente estivesse a cometer um erro e uma das coisas mais felizes da minha vida. Apesar de tal, aproximei-me e cheguei ao portão e encontrei o porteiro e uma senhora…gaguejei! E perguntei se podia entrar apesar de não ter o símbolo do IO, mas que trazia em minha posse algumas fotos minhas. Desatei a chorar, ao olhar para aquela entrada, as pessoas lá presentes tentavam acalmar-me e ao mesmo tempo sorriam enternecidas… eu olhava para todo o lado, como se fosse a primeira vez que estava a ver algo com olhos de ver.
Disseram-me a mim para entrar e que vocês, iam de certo gostar de me ver…avancei como se ainda aí andasse, conhecia o caminho: estranho! Avancei…a chorar como tudo e fui até ao centro do claustro, pus-me em cima da fonte, como tantas vezes o tinha feito, entre brincadeiras…
Saltei para o chão… a suspirar saudades infinitas e aproximei-me num passo de corrida a ouvir Melanie C., aquela música que tanto nos fascina, e toquei na maçaneta da porta do refeitório, a ouvir os talhares, os sorrisos, a ouvir-vos! O quanto eu sonhei com aquele dia! E abri a porta, procurei a vossa mesa e não muito longe da porta por onde tinha entrado encontro-vos…. Tu vens direita a mim…eu chorava!
Olha foi um momento lindo que nunca vou esquecer, tal como todos os bons momentos e tudo o que é bom e magnífico, não se esquece…E é por isso que eu nunca vos esqueci. Como poderia eu…? Guardei-vos tanto tempo dentro de mim, dentro das minhas lágrimas, dentro do meu mundo, dentro dos meus sorrisos…e é lá que vão continuar a estar, agora a vermo-nos mais tenho a certeza e podendo dizer ao mundo aquilo que eu sonhei dizer-vos tantas vezes à noite, aquilo que se explica com o rebentar das ondas, aquilo que se explica com o soprar do vento, aquilo que não se explica e que se sente…poder dizer e ouvir: adoro-vos!

IO sim salve nosso, salve nosso Instituto! PAH CADA VEZ MAIS ALTO CADA VEZ MAIS ALTO CADA VEZ MAIS ALTO!

…Um dia fantástico passado na melhor companhia!!"

(Melanie C - fisrt day of my life)

Por:
Ana Claúdia Cardita, 188/99 - "mosquito"

3 Comments:

Blogger Sofia Nogueira said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

segunda-feira, 10 abril, 2006  
Blogger Sofia Nogueira said...

Minha Cardita, minha 188 tenho de te dar os sinceros parabéns pelo teu texto, eu pedi-te, tu fizeste e simplesmente está maravilhoso, acho que seria dificil uma melhor descrição do que, penso eu, todas nós vivemos ao sairmos daquela nossa 2ª casa. Em relação ao que se passa quando tentamos visitar o colégio também eu já passei pelo mesmo e não quero ficar de braços cruzados.
As minhas saudades também tal como as tuas são imensas, as lágrimas são imperdoáveis. Amiga obrigada pelo apoio, pelo texto que nos trasmite exactamente o que vivemos, obrigada pela amizade ! um forte "cada vez mais alto" da tua para sempre amiga 152/99

segunda-feira, 10 abril, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Força meninas, continuem com esse espírito de luta sensibilidade e de orgulho pela instituição a que pertencem, que vos tornará nas futuras MULHERES que saberao dignificar este Portugal que tão mal tratadoestá.

sábado, 03 março, 2007  

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