Procissão Nossa Senhora da Saúde
"Também conhecida como "Procissão dos Artilheiros", a procissão em honra de Nossa Senhora da Saúde, em pleno coração da cidade de Lisboa, remonta ao século XVI, altura em que, no reinado de D. Sebastião (1569), se declarou uma das mais catastróficas epidemias registadas no País, a Peste Grande, que dizimou 60.000 habitantes de Lisboa, onde chegaram a morrer 600 pessoas diariamente.
Em cumprimento de uma promessa de que erigiriam uma capela se os restantes vivos fossem poupados à morte, os artilheiros, aquartelados no Castelo de S. Jorge, assim fizeram e a capela foi construída, tendo resistido à passagem dos séculos, ao terramoto de 1755 e a outros abalos sísmicos.
Mas, se ao tempo e aos cataclismos tem resistido o pequeno santuário, já não se dirá o mesmo dos efeitos provocados pelas obras do Metro e pela construção, na década de 80, do centro comercial que lhe fica adjacente.
A Real Irmandade de N. Senhora da Saúde e S. Sebastião realizou a tradicional e centenária Procissão de Nossa Senhora da Saúde, tendo solicitado o apoio e a representação das Forças Armadas, com bandas militares e outras formações militares, nas Cerimónias ligadas a esta Procissão.
A Procissão, que recai num domingo, é composta por diferentes secções, cada uma com a sua imagem e que passam da seguinte ordem: Santa Bárbara, Santo António, São Sebastião e Nossa Senhora da Saúde.
Após sair da Capela, percorre normalmente as Ruas da Mouraria e do Bemformoso, Largo do Intendente, Pina Manique, Travessa do Cidadão Gonçalves, Avenida Almirante Reis, Rua da Palma, Largo Martim Moniz, Rua D. Duarte, Praça da Figueira, Rua dos Condes de Monsanto, Poço do Borratém, Rua do Arco do Marquês do Alegrete e acaba no Largo Martim Moniz.
Esta Procissão, uma das mais genuínas e antigas da cidade, é uma grande manifestação de fé, e incorpora muitos representantes de diversas irmandades e ordens religiosas de Lisboa. Constitui um momento único na vida religiosa da capital, com as janelas e varandas engalanadas de colchas.
Militares uniformizados de todos os ramos das Forças Armadas e das forças de segurança, Guarda Nacional Republicana, assim como o Regimento de Sapadores Bombeiros incorporaram esta manifestação de fé e as bandas militares vieram na cauda da procissão, executando alternadamente trechos musicais.
No final, seguiu-se o palio, sob o qual o Prelado leva o Santo Lenho, abençoando a cidade e o povo que acorre à sua passagem. A Benção foi presidida por Sua Exa. Reverendíssima Sr. Dom Januário Torgal Mendes Ferreira."
in: http://www.colegiomilitar.pt/htm/acontecimentos/ProcissãoSenhoraSaúde07.htm
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